sexta-feira, 15 de julho de 2011

Um título não importa

Ausências em presenças incomodam
Cada silêncio traz a memória o que não se pode esquecer
O instante da lembrança separa o músculo involuntário que pulsa do que é coração
E continuará em paralelo, em suspenso
Precisamente, nunca haverá linguagem esta paranormal
Capaz de se comunicar sem palavras
Se se levar em relevância o ordinário

Não, mesmo que gostemos de acreditar que haja,
Ninguém lhe trará exatamente aquilo de que precisava
Ninguém é capaz de suprir as ausências de ninguém
Ninguém é capaz de ser a projeção do que você tem medo de ser
É muito fardo para um mísero ser humano
É cruel com o outro, fetichizado
É cruel com você, irracional

Quando, em que, onde estará o fio de Ariadne? Não em quem.

Um comentário:

Fernando Viveiros disse...

Querer ser o que se quer é perigoso, é exposição demais.
Querer ter o que se quer, também é perigoso, pois podemos conseguir; e será que estamos preparados para administrá-lo?
Querer que os outros sejam o que queremos é egoísta e manipulador; temos que aceitar, buscar "negociar" ou nos afastar.
A verdade é que ninguém nos suprirá por completo, haverá sempre um vazio.

Abraço,

Fernando Viveiros