Um dia aprendo
Um dia desperto
Um dia vivo
Um dia morri
E morro buscando
Mesmo sabendo que nada mais há
Para que se encontre
Aliás nunca houve
Aí esqueço-me das horas
Desligo o despertador
Apago as letras do caderno
As velas do candelabro
Fecho os olhos
Vou para longe
Estradas indesbraváveis
Escuras
Paro
Levo algum tempo no bolso
No momento eles não correm
Dobro as palavras
O que ouvi mastigo
E transformo em um pouco de mim
O que li jogo nos meus cestos
Balaios de palavras
E as conservo
O que não falei ou não percebi
Arrependo-me
Mas os deixo a mercê da memória
No arquivo morto junto aos dados
Dados da sorte que nunca me sorri
Volto
Ando até o mar
Sento numa pedra
Sussurro os meus segredos
Faço dele meu confessionário
E com o nada segredos seguem
Para lugar nenhum
Essas minhas histórias emudecem
Sobrepõe-se o som do mar
Depois se dispersam, mas não somem
Acordo
Levanto
Desmonto
Castelos de areia não duram para sempreAreia aos olhos incomodam
Água se passa
Olhos se abrem
Luz reaparece
Recomeço
De outra maneira
Tudo seca e se refaz
Um comentário:
Amiga, tem um selo pra você lá no meu blog!
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