quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Cheio, vazio, enchendo-se outra vez aos poucos

Um dia aprendo

Um dia desperto

Um dia vivo

Um dia morri

E morro buscando

Mesmo sabendo que nada mais há

Para que se encontre

Aliás nunca houve

Aí esqueço-me das horas

Desligo o despertador

Apago as letras do caderno

As velas do candelabro

Fecho os olhos

Vou para longe

Estradas indesbraváveis

Escuras

Paro

Levo algum tempo no bolso

No momento eles não correm

Dobro as palavras

O que ouvi mastigo

E transformo em um pouco de mim

O que li jogo nos meus cestos

Balaios de palavras

E as conservo

O que não falei ou não percebi

Arrependo-me

Mas os deixo a mercê da memória

No arquivo morto junto aos dados

Dados da sorte que nunca me sorri

Volto

Ando até o mar

Sento numa pedra

Sussurro os meus segredos

Faço dele meu confessionário

E com o nada segredos seguem

Para lugar nenhum

Essas minhas histórias emudecem

Sobrepõe-se o som do mar

Depois se dispersam, mas não somem

Acordo

Levanto

Desmonto

Castelos de areia não duram para sempre

Areia aos olhos incomodam

Água se passa

Olhos se abrem

Luz reaparece

Recomeço

De outra maneira

Tudo seca e se refaz

Um comentário:

Tailany Silva disse...

Amiga, tem um selo pra você lá no meu blog!